sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Chegou o tablet na escola, o que faço agora?

Por Raimundo Nonato Martins Junior

Esta é uma pergunta, no mínimo, preocupante. Como um professor em plena época da informação global e imediata poderia ficar sem saber o que fazer com os tablets que o Governo do Estado de Pernambuco forneceu aos alunos do 2º e 3 anos do Ensino Médio? Infelizmente, a resposta a este questionamento é simples, pois o professor, em sua grande maioria, é um analfabeto digital, para não dizer um ignorante digital, pois o primeiro não tem culpa de ser, o segundo tem todas as potencialidades, mas não quer se atualizar.

O conceito de alfabetizar é:

“aquilo que ainda hoje significa, ensinar o alfabeto. Alfabetizar é ensinar a ler e a escrever, ensinar a reconhecer os símbolos gráficos da linguagem verbal [1]”.

Quanto a alfabetização digital implica em saber a linguagem e o código de funcionamento computacional. Não é um mero uso simples, como faz a maioria, pois o alfabetizado não faz o uso simples da língua. Ao escrever, independente da disciplina, a língua escrita tem toda uma normativa e, consequentemente, uma preocupação em expressar qualidade no escrito. Existe todo um cuidado associado.

Segundo Magda Soares:

“alfabetização, em seu sentido próprio e especifico, é processo de aquisição do código escrito, das habilidades de leitura e escrita [2]”.

Magda Soares fala de alfabetização como um processo. Interessante é que todo processo tem um começo e uma gradação de um nível mais baixo a um mais alto. Onde o topo é o objetivo final. É certo que, para qualquer situação que exige assimilação de conhecimentos, nuca se começa de cima, sempre da base, dos fundamentos. Lembre-se que, uma casa só terá um teto firme se tiver uma base sólida.

Um outro conceito fundamental é o de analfabeto funcional. O qual pode ser definido como:

“a denominação dada à pessoa que, mesmo com a capacidade de decodificar minimamente as letras, geralmente frases, sentenças, textos curtos e os números, não desenvolve a habilidade de interpretação de textos e de fazer as operações matemáticas. Também é definido como analfabeto funcional o individuo maior de quinze anos e que possui escolaridade inferior a quatro anos, embora essa definição não seja muito precisa, já que existem analfabetos funcionais com nível superior de escolaridade [3]”.

O analfabeto funcional, talvez seja o mais próximo de um analfabeto digital, pois ambos tem capacidades funcionais mas tem dificuldades. Neste caso, espera-se que o professor já tenha alcançado um certo nível de conhecimentos dada a sua formação e experiência, mas na prática é demonstrado falhas graves que são impressas no comportamento dos alunos, causando-lhes, prejuízos. Sabe-se que “a prática leva a perfeição” e é esta a razão de muitos profissionais não terem conhecimentos necessários a sua prática.

Um outro ponto a considerar é que as universidades não formam para a tecnologia, mas uma coisa que todo ser humano é, o ser dotado de curiosidade. O problema é que a vida corrida acaba se tornando desculpa para não ser melhor para poder oferecer o melhor. Penso que não se quer ser melhor porque não se quer que o aluno seja melhor. Um aluno melhor dá mais trabalho, pois se torna questionador, critico, exigindo mais preparação do professor. Como a maioria, desde a graduação, está vivendo numa preguiça quase que eterna, estudar poucos querem. Melhorar, quando se sabe que em princípio se terá mais trabalho, poucos querem. Isso é fruto da transformação do educador em um profissional de educação. Alguém que antes de pensar no lucro material, pensava na formação intelectual dos seus alunos. Lembre-se professor, seus alunos de hoje serão os políticos que pagarão seu salário amanhã. Depois não reclame!

O que fazer então? Deixe de preguiça! Aprenda com os seus alunos: mexa no computador. Vasculhe a internet procurando artigos, textos, fotos, vídeos, ..., e muitas coisas boas para utilizar com os seus alunos. Seja criativo! Só não pergunte: “tem o que no tablet?” Esta resposta é simples: no tablet tem a maior biblioteca e os maiores museus do mundo. As falas e livros de grandes personalidades em vídeo, áudio e documentos dos mais variados assuntos possíveis, é algo inesgotável.

E o professor tem o que? Um cérebro que, em sua maioria, se cauterizou com o tempo de tal forma que não consegue conceber uma aula além daquela forma a qual está acomodado. A repetição do método aplicado durante sua vida estudantil, o qual inconscientemente, repete em suas aulas, por concebê-lo como a verdade didática educacional.

Analfabetos digitais são muitos. Os revolucionários são poucos. A vida educacional não gira em torno de “vou ter mais trabalho” e / ou “não recebe para isso”. Atualize-se para não ficar para trás.

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[1] http://literaciadainformacao.web.simplesnet.pt/Alfabetizacao.htm

[2] http://www.artigos.com/artigos/humanas/educacao/alfabetizacao-segundo-magda-soares-4836/artigo/

[3] http://pt.wikipedia.org/wiki/Analfabetismo_funcional

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Entrega dos Tablets na Escola para a felicidade dos alunos.

Debate EACF para formação da lista tríplice para Gestor Escolar

Hoje, quarta-feira, dia 28 de novembro de 2012, Debate EACF para formação da lista tríplice para Gestor Escolar com as candidatas: Ana Carla de Carvalho e Josicleia Gomes da Silva [1].

O debate será realizado:
  • no pátio da Escola Municipal Mundo Infantil às 8 horas da noite, mediado por Raimundo Nonato Martins Junior.
A comissão.
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NOTAS
[1] Os nomes estão em ordem alfabética.