terça-feira, 1 de março de 2016

A oração que todos nós deveríamos fazer sempre


por Prof. Raimundo N. Martins, Jr.
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz! Onde houver ódio, que eu leve o amor. Onde houver ofensa, que eu leve o perdão. Onde houver discórdia, que eu leve a união. Onde houver dúvidas, que eu leve a fé. Onde houver erro, que eu leve a verdade. Onde houver desespero, que eu leve a esperança. Onde houver tristeza, que eu leve a alegria. Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado, compreender que ser compreendido, amar que ser amado. Pois é dando, que se recebe, é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive para a vida eterna!
(Oração de São Francisco)
Um instrumento... algo que é usado para modificar a realidade. Quando pensamos em um instrumento, o musical, por exemplo, ele é algo simples que, ao ser tocado, muda tudo ao seu redor. É capaz de comunicar uma mensagem que alcança o mais profundo do ser do homem por meio da execução do seu som, pois este interfere nos sentimentos humanos, mexendo com o seu espirito e, consequentemente, as suas ações.
Aquele que é o ser orante começa a sua oração expressando o desejo de ser um instrumento. Alguém que, através da melodia da sua vida, atinge o mais profundo do ser da alma humana, modificando-a, mas por trás de uma série de pedidos quanto ao ser em oposição ao seu antagônico estão expressos comportamentos com os quais podemos aprender a sermos melhores pessoas perante Deus.
Quem ora muda primeiro as suas ações para poder mudar as ações dos outros. Isso significa que o ódio, a ofensa, a discórdia, as dúvidas, o erro, o desespero, a tristeza e as trevas, tem de primeiro serem vencidas na vida de quem ora para que este possa, como missão, levar a quem necessita o amor, o perdão, a união, a fé, a verdade, a esperança, a alegria e a luz. O efeito da oração e a própria oração antes de ser sobre e para os outros é sobre e para si próprio. Antes do ser orante ser instrumento em favor da mudança dos outros ele tem de ser instrumento de Deus para a paz em si próprio.
A oração é também um tratamento contra o ego. Normalmente, quem se expõe e se propõe ser alguma coisa, com por exemplo, ser o instrumento de Deus para levar a paz aos outros, é tentando a voltar tudo para si, a usar a sua missão para conforto próprio. O fazer tende a ser condicionado ao ser compreendido, ao dar tudo certo do ponto de vista humano. Não se percebe, com isso que o maior gesto de amor ocorreu em meio a incompreensão humana. Jesus, no seus últimos dias, não foi compreendido, antes foi abandonado por todos, ninguém queria ele mais, contudo deu-nos o exemplo, continuou amando, mesmo sem esperar o retorno do seu amor.
Por fim, nos são apresentadas as justificativas que devem motivar aqueles que desejam servir a Deus, no servir ao próximo. A exemplo de Jesus que deu a sua vida, perdoou os nossos pecados e morreu em nosso lugar para que pudéssemos ter vida, agora, somos chamados a ser instrumentos de Deus para a paz neste mundo, pois é dando, que se recebe, é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive para a vida eterna! Tudo o que necessitamos fazer é viver em função do outro, incondicionalmente, como fez o Cristo.
Que esta oração seja muito mais do que uma canção. Que esta oração seja muito mais do que palavras soltas ao vento. Que esta oração seja para nós, vida!