segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Conecta, mas não vai! | Dia da Conectividade


por Prof. Raimundo Nonato Martins Junior

Especialista em Mídias na Educação


Dia da Contectividade: um dia para estabelecer um retrato de como anda a qualidade da internet e o seu uso na escola.

Não é a toa que, no hoje, a internet é um bem cada vez mais necessário a vida educacional e ao desenvolvimento do ser humano enquanto ente que busca conhecimento. As informações estão por aí, espalhadas mundo afora, enquanto isso, nós os seres buscantes, devemos enxergar nestas novas tecnologias, os meios através dos quais seremos capazes de nos desenvolver como pessoas humanas dotadas de um intelecto cuja principal pergunta a ser respondida ainda é “por que estamos aqui?”

Desde o nosso nascimento somos seres dependentes de conexão. Antes dos primeiros anos de vida, ainda quando em desenvolvimento gestacional, mantemos conexões com uma série de pessoas que, ora ou outra, nos saúdam, em particular as nossas mães. Nascemos e tão logo conhecemos o mundo; uma multidão de sensações nos fazem conectar ao que é novo: cheiros, gostos, sabores, odores, sons,..., uma série de relações que, aos poucos, imprimem em nossa memória a idéia de que estar ligado faz bem.

O mundo da tecnologia nos ampliou estes sentimentos e agora nos voltamos para tabletes, celulares,..., conexões das mais variadas e a relação entre nós e estas tecnologias se tornou tão boa que passamos a viver em um mundo onde dependemos da tecnologia para continuar dando sentido as nossas vidas.

Em paralelo, e presente em nossas vidas desde o início, vemos a educação, que ao mesmo tempo que olha para o futuro, se prende ao passado por incapacidade. Não consegue acompanhar as mudanças do tempo, mas ainda assim, tenta nos manter conectados ao nosso passado, a nossa história e a internet é uma dessas ferramentas que a educação está tentando fazer uso para poder progredir, contudo há uma multidão de limites por ela enfrentados que acaba afetando o seu desenvolvimento, o que faz com que a educação sempre olhe para o futuro atrasada por sua realidade crucificante.

Tendo por base esta relação humano, maquina, educação, internet, procuramos produzir uma pesquisa quantitativa por amostragem para avaliar o perfil dos nossos alunos e professores frente ao uso e as dificuldades de se conectar com o mundo. Um retrato da nossa conexão, em particular, da conexão existente na Escola Antônio Cavalcanti Filho, localizada à Avenida Francisco Rodrigues, centro, Afrânio - Pernambuco.

Foram produzidos dois questionários, cujas perguntas, em sua maioria, são comuns a ambos os grupos.

O numero dos que responderam ao questionário foram 20 (vinte) alunos e 11 (onze) professores. Contudo a análise dos dados de cada grupo será feito em separado uma vez que o uso de internet de ambos disponibilizado na escola ser também separado.

Entre os professores, majoritariamente do sexo feminino (90,9%) o uso da internet uma importância muito grande na preparação dos seus materiais, pois 90,9% destes informaram que utilizam a internet na escola.

Este uso é distribuído da seguinte forma: 90,9% utilizam a internet par fazer pesquisa nos motores de busca como o Google; 27,3% em acesso as redes sociais; 36,4% em comunicações instantâneas em programas como o Whatsapp; 45,5% na visualização de vídeos no youtube ou em sites semelhantes; 27,3 fazem uso na leitura e publicação de textos em blogs.

Alusivo a qualidade da internet oferecida na escola: 27,3% afirmaram ser boa; 45,5% regular e 27,3% a julgaram como péssima. Considerando que ninguém pontuou a internet como excelente ou ótima a grande maioria (72,8%) julgou que a conexão disponível é de uma qualidade duvidosa.

Em suma, dentre os professores consultados, o uso é constante, mas ineficiente dada a incapacidade desta conexão fornecer melhores resultados, contudo, ainda assim, mesmo sendo de qualidade duvidosa, é uma ferramenta indispensável.

Já no grupo dos alunos 65,0% dos entrevistados são do sexo feminino, frente a 35,0% do masculino.

Se o fracionamento for por faixa etária, a grande maioria está entre 16 e 17 anos (50,0%), o que já era esperado para uma escola regular de Ensino Médio.

Quanto ao uso de internet na escola 75,0% do total afirmou que faz uso desta sendo a sua distribuição: 85,0% utilizam a internet par fazer pesquisa nos motores de busca como o Google; 25,0% em acesso as redes sociais; 40,0% em comunicações instantâneas em programas como o Whatsapp; 15,0% na visualização de vídeos no youtube ou em sites semelhantes; 15,0 fazem uso na leitura e publicação de textos em blogs.

O retrato que se pode tirar destes números é que o uso é mais natural para se fazer pesquisas visto ser uma escola. Quanto ao médio uso diante das comunicações instantâneas tal qual o whatsapp é derivado da moda existente entre os estudantes de viver da cultura do curtir, como fazem também com o Facebook.

A visão que os alunos tem da qualidade da internet disponibilizada para eles na escola é um pouco diferente das dos professores. É mais pessimista. 65,0% dos alunos apontaram a conexão de internet como péssima e 30,0% como regular. Se somados, teríamos uma conexão com 100,0% avaliada como sendo de qualidade duvidosa. O que, justifica o baixo uso diante de atividades associadas a leitura e produção de texto, bem como o uso de vídeos na Internet. A conexão dos alunos não suporta o peso da necessidade do fluxo de dados durante o uso destes recursos.

Em suma, os alunos até tentam usar a internet, mas encontram uma barreira enorme quanto a qualidade da conexão.

Por fim, em ambos os questionários foram abertos espaços para que eles, professores e alunos pudessem expor de forma qualitativa suas opiniões acerca de alguma coisa que faltou nas questões objetivas do questionário. A pergunta feita é que eles tinham alguma observação a fazer. Além deste questionamento, no questionário do professor vinha a pergunta se este já utilizou algum recurso de internet na sala de aula.

O uso da Internet em sala de aula foi: pesquisa de jogos infantis; vídeos; pesquisas para melhor aproveitamento dos conteúdos de forma a reforçar o tema vivenciado e entrevistas. Contudo, um professor pontuou que a internet em uso não tem condições para que ele possa utilizá-la como recurso pedagógico por falta de velocidade.

As observações gerais foram:

Melhorar a velocidade. Demora muito par fazer uma pesquisa; é difícil para baixar vídeos, com o agravante do laboratório estar sem uso, se estivesse funcionando, ajudaria principalmente aqueles que não tem acesso a internet.

Uma boa parte dos recursos que utilizamos em sala de aula são pesquisados em casa, visto que a internet presente na escola não tem uma qualidade que suporte este tipo de busca.

Devido ao acesso da internet ser muito lenta, acaba não sendo viável o seu uso pelos alunos, haja vista a lentidão fazer com que se perca muito tempo gerando uma perca de tempo que poderia ser aproveitado melhor de outra forma.

É importante o acesso a internet para os estudantes, pois propiciaria reflexões sobre a atualidade e conseqüentemente o transformar de suas realidades.

Fornecer roteadores que sustentem as conexões para que a internet não fique como se estivesse desligada.

Mas, de forma disparada o maior número de reclamações está associado a lentidão da internet. Quem sabe este projeto de solicitar das autoridades competentes o elevar da velocidade deste acesso se torne uma realidade no futuro. Enquanto isso, a escola continuará ouvindo os sons das reclamações e os alunos, com acesso e sem acesso, entes conectados desconectados, possam crescer em meio a todo este turbilhão que este retrato procurou mostrar.